Para Moisés Cohen, decisão da CBF de proibir superfície foi acertada; Atlético-PR é único time afetado

A CBF anunciou nesta segunda-feira que a partir de 2018, nenhum estádio da primeira divisão do Campeonato Brasileiro poderá ter grama sintética. Para Moisés Cohen, membro do Comitê Médico da FPF (Federação Paulista de Futebol) e da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), a medida foi tomada para preservar a integridade física dos atletas, já que na grama artificial há mais possibilidade de lesão.

“O futebol é um esporte que não tem um gesto definido, a cada seis segundos o atleta faz um movimento inesperado dentro do campo. Isso significa que para você poder fazer um giro, ou uma parada brusca, você precisa ter algum deslizamento e com a grama sintética existe uma dificuldade nessa desaceleração. O pé fica mais preso e por isso há mais incidências de lesões de joelho e tornozelo principalmente”, disse ele em entrevista à Rádio Bandeirantes.

Cohen sabe que as gramas sintéticas já evoluíram muito desde que apareceram no mercado, mas mesmo assim, acredita que a decisão foi a melhor a ser tomada.

“Obviamente que as gramas sintéticas evoluíram muito, principalmente na parte do forro, embaixo do gramado, com um piso mais flexível para evitar um impacto maior, mas futebol não é um esporte só de saltar, isso é só um dos gestos. A proibição eu vejo com bons olhos. Para um atleta de alto rendimento é um risco de mais de lesões”, comentou.

Efetivamente, a decisão atinge somente uma equipe no Brasil. O Atlético-PR é o único clube no país que tem seu estádio com grama sintética. Cohen admite que não sabe se o índice de lesões no clube é maior que a média, mas que estudos estão sendo realizados e que levará esse debate para Fifa, já que a entidade que contorla o futebol mundial permite a realização de jogos nesse tipo de superfície.

“Não são muitos os campeonatos que você tem grama sintética, mas os trabalhos já começam a sair e mostram que essa incidência de lesões é maior. Tem clubes e países onde em determinada época do ano neva e a grama fica toda queimada, por isso a Fifa permite. Isso vai gerar uma grande discussão. Em maio vamos ter um encontro em Barcelona com o pessoal da Fifa para discutir alguns temas e esse será levantado. Sobre o Atlético-PR, não sei dizer, mas  acho que não necessariamente precisa ter o maior numero de lesões, porque as pessoas vão se habituando, mas é realmente diferente de atuar em uma grama natural”, opinou.

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