O aumento da atividade física, a melhora da qualidade de vida e a necessidade de melhores resultados por parte dos atletas, têm levado a um aumento da incidência de lesões musculares relacionadas à prática esportiva.

As lesões musculares podem surgir de forma direta, como contusões dentro da atividade esportiva ou, o que é mais comum, de forma indireta, como durante uma corrida. Os músculos considerados sob risco são os músculos biarticulares que, por atravessarem mais de uma articulação, sofrem uma tensão maior durante a atividade física. São eles:

– Quadríceps

– Isquiotibiais

– Tríceps sural

Quem pode ter mais lesões musculares no esporte?

Segundo a experiência do nosso serviço de medicina esportiva, existe um predomínio de lesões musculares no sexo masculino (74,4%), com idade de aproximadamente 22 anos e com um tempo médio de pratica de esportes de 8 anos. O atletismo foi o esporte predominante, seguido pelo futebol e basquete. Em um acompanhamento de 273 lesões musculares, 38,1% ocorreram durante a corrida, seguidos pelo salto em 14,7%.

Como já citado, lesões musculares ocorrem com maior freqüência em atletas de velocidade durante esportes como o atletismo, futebol e basquete. Durante a aceleração de um velocista, por exemplo, os músculos posteriores da coxa desaceleram a extensão do joelho e ficam sujeitos à lesão por estiramento.

O tipo de fibra muscular também representa uma predisposição a lesões por estiramento. Músculos com predomínio de fibras tipo II (fibras de contração rápidas e anaeróbicas) geram maior tensão que fibras tipo I (fibras lentas e aeróbicas), estando assim mais associadas a lesões.

O alongamento e o aquecimento da musculatura parecem prevenir a ocorrência de lesões.  A fibra muscular é muito elástica e pode alongar de 75 a 225% do comprimento inicial e essa capacidade de alongamento é maior no centro e menor nas extremidades, onde há junção entre o músculo e o tendão e local em que, frequentemente, há rompimento.

A lesão muscular típica deve ser diferenciada da dor muscular tardia que, constantemente aparece após 12 a 24 horas da atividade física, sem episodio traumático reconhecido.

O tratamento deve ser realizado de uma forma personalizada, levando-se em conta o gesto esportivo da modalidade praticada. Uma equipe multidisciplinar integrada facilita a obtenção de resultados mais satisfatórios.

Uma ótima corrida a todos e muito fôlego!